Este castelo pertence à M@G@,Dominadora carioca há mais de 25 anos envolvida nesta prática BDSM

quarta-feira, 30 de junho de 2010

"SAGA DE UM ESCRAVO": CAPÍTULO 29


Em meio à papelada para ler e assinar,inúmeras reuniões e decisões a tomar,além de clientes ,ora enfurecidos,ora agradecidos,ocupo meu tempo ,diariamente.Aos fins de semana, continuo curtindo minha praia.Afinal a caminhada me dá tempo para relembrar a curta,estranha e intensa relação que vivi com Sarita.Após alguns meses do acidente, que a matou,ainda não me animei a encontrar alguém que possa substituí-la.
Rebecca cansou de ligar sem obter respostas mais positivas ,de minha parte, acerca de nós dois. Desistiu e sumiu.
Adquiri o hábito de passar pelas livrarias,especialmente uma bem diversificada, próxima à minha casa,e folhear livros e revistas que abordam o tema sadomasoquismo.
Há textos interessantes acerca da filosofia que rege este tipo de prazer sexual,acerca das práticas e muitas fotos que ,por vezes, aguçam minha curiosidade,em experimentar.
Daí que me descobri submisso,onde a humilhação me excita e provoca intenso tesão.O ato de obedecer ordens,mesmo as mais descabidas, dá tesão e me predispõe à querer agradar àquela que me submete.
Fui inserido neste contexto,de forma inusitada e sem querer.Mas,agora,sinto que quero continuar.Só não sei,ainda,como.Ao lembrar das cenas, com Sarita, sinto seu perfume inundar meu quarto.Minha excitação aumenta.Meu pau duro exige uma satisfação e passo a me masturbar revivendo cada castigo ou cada humilhação e tortura imprevistas.O tom de voz baixo e incisivo,a risada estridente, o olhar de desprezo,o peso da mão são todas as lembranças que me levam a intensos orgasmos.


Numa destas manhãs ,de sábado,após minha caminhada,parei na livraria,minha conhecida.
Há uma cafeteria,nos fundos,e decidi saborear um capuccino.Antes,peguei um livro para folhear.
_”Ora,ora,ora”,ouvi o som esganiçado da voz atrás de mim.Reconheci-a imediatamente: Domme Ninon.E vinha acompanhada de Inga,a inseparável escrava.
_”Um coitadinho de escravo órfão,não é mesmo?Que triste fatalidade aquele acidente com Sarita. Coitadinho do Ernst ,também.Já encontrou outra Dona?”,desandou a falar sem parar.
_”Precisamos encontrar outra Dona pra você.Uma do nível da Sarita.Ela era ótima”, acentuou esta última palavra num agudo abusivo.Inga deveria ser,de fato,masoquista.Só aquela voz já era suplício suficiente.Ri,por dentro.
_”Não estou familiarizado no meio.Fui somente duas vêzes ao Castelo e não conheço mais ninguém,também”,respondi polida e sinceramente.
_”Não se preocupe,Marcilius”,ela se lembrava do meu nome de escravo,”eu lhe ajudarei
a encontrar a Domme dos seus sonhos”.E riu alto e estridentemente.
_”Tem algum número pelo qual possa contactar você?”
Dei-lhe meu cartão,meio que indeciso e receoso.Afinal ninguém daquele meio me conhecia bem, a não ser Sarita.
_”Ligo assim que tiver alguma notícia”,acenou e saiu arrastando Inga pelo braço.Neste momento percebi que a moça não abrira a boca para dizer uma só palavra.
O livro que eu pegara para folhear era “Submissão Consentida” de um autor carioca, dominador no Rio de Janeiro.O assunto dizia respeito à dominação masculina e vi que não era a minha praia.Devolvi à estante e sai.
_”O que será que esta Domme Ninon vai aprontar pra mim?”,me perguntei enquanto me aprontava para um compromisso àquela noite.

Continua... 

(Castelã_SM) 




segunda-feira, 28 de junho de 2010

BAREBACK - As origens e as conseqüências do sexo não-seguro (Parte FINAL)

 
Mesmo que se fizessem exames diários em uma pessoa, jamais se poderia afirmar que ela fosse com certeza absoluta um soronegativo, ainda mais com um comportamento assim tão inseguro em relação às DSTs! E supondo que os testes fossem assim tão confiáveis, o que seria preciso? A apresentação de um exame anti-HIV feito há cinco minutos???Finalmente, outro argumento muito usado pelos “barebacker” é o de que a qualidade do ato sexual é muito superior sem o uso da “camisinha” e que o próprio preservativo em si representa uma barreira moral à plena satisfação sexual. Há alguns mais radicais que afirmam que “sexo sem camisinha é coisa de macho”. Todos estes argumentos me parecem antes de tudo ingênuos e absolutamente superficiais, usados por pessoas que insistem em fechar seus olhos para uma realidade médica objetiva e grave. É claro que não se pode proibir ninguém de praticar o “bareback”, mas, por se tratar de uma situação que põe em risco a saúde pública, pode-se e deve-se alertar o máximo possível para os riscos que esta situação expõe. É inacreditável se constatar, como eu já pude, que muitas pessoas que com orgulho se intitulavam “barebackers”, ao tomarem consciência, de uma maneira franca, clara e sincera, dos riscos a que estão se expondo, acabam rapidamente mudando sua atitude e seus conceitos. 
O FHR (Federal Health Research), órgão governamental americano, confirmou que muitos homens com comportamento homossexual, bem como agentes de prevenção ao HIV confirmam a informação de que a prática de sexo anal sem o uso de preservativo está se tornando mais e mais comum. Um estudo feito em 554 homens homo ou bissexuais residentes de São Francisco, Califórnia, revelou que 70% deles estavam familiarizados com o termo “bareback” e 14% assumiam abertamente ter praticado o “bareback”, ao menos uma vez nos últimos dois anos. Como foi divulgado pela agência Reuters, os autores também descobriram que alguns destes homens praticaram o “barebacking” em relacionamentos sexuais extraconjugais. Ainda no mesmo estudo, entre os homens HIV-positivos pesquisados, 22% declararam ser “barebackers” e 10% dos HIV-negativos também praticaram algum tipo de sexo inseguro nos últimos dois anos. Não há informações disponíveis de qual é o número de pessoas dentre a população em geral (não apenas entre homo e bissexuais masculinos) que pratica sexo inseguro (“bareback”), nem quais seriam as razões que levariam esta população a esta prática. Ao que parece a ciência continua a insistir na finada tese dos “grupos de risco”... Os autores deste estudo notaram ainda que dentre as razões apontadas pelo grupo estudado (homens homo e bissexuais de São Francisco) para justificar o “bareback”, as mais freqüentes eram a maior sensação física do ato sexual e uma maior proximidade afetiva e emocional. No entanto, estas razões são de menor importância se colocadas lado a lado com informação de que a AIDS continua a ser hoje uma doença fatal se não for controlada adequadamente e absolutamente incurável. 
Igualmente é importante lembrar que apenas 5% das pessoas com HIV/AIDS vivem nos países desenvolvidos e têm acesso aos anti-retrovirais desenvolvidos pelas empresas multinacionais e vendidos a preços altíssimos somente ao alcance de populações de países de alto poder aquisitivo. Esses medicamentos anti-retrovirais foram desenvolvidos para estes 5%. Na África, onde reside a maior parte das pessoas com HIV/AIDS, o acesso a essas medicações não é uma realidade: são doentes absolutamente negligenciados e condenados à morte. Felizmente aqui no Brasil há um programa exemplar de fabricação e distribuição gratuita de medicação anti-retroviral para pacientes soropositivos sob tratamento médico. Este programa levou nosso país a ser considerado pela OMS como exemplo mundial a ser seguido, mas, por outro lado, custou uma briga sem limites com as poderosas indústrias farmacêuticas multinacionais que se sentem lesadas pela quebra das patentes destas medicações. Esta guerra diplomática pode colocar, de uma hora para outra, fim a esta distribuição gratuita de remédios no Brasil e expor ao risco a vida de milhares de pessoas. Para piorar, as condições de atendimento médico em regiões afastadas dos grandes centros e/ou de baixa renda são tão precárias que impedem o acesso de muitos soropositivos tanto ao diagnóstico adequado, quanto ao acompanhamento médico.


Vistos todos estes pontos, resta-me apenas uma única pergunta: mesmo que haja um maior prazer na relação sexual “bareback”(fato este muito discutível, é certo), vale a pena todo este risco?

(by Mr. B/Médico psiquiatra,Dominador/SP)
(postado na lista BDSM-SP em mar/2005)

domingo, 27 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

REPOSTANDO ESPECIALMENTE PARA O DIA DE HOJE

SONETO 50 FUTEBOLÍSTICO

Machismo é futebol e amor aos pés.
São machos adorando pés de macho,
e nesse mundo mágico me acho
em meio aos fãs de algum camisa dez.

Invejo os massagistas dos Pelés
nos lúdicos momentos de relaxo,
servindo-lhes de chanca e de capacho,
levando a língua ali, do chão no rés.

É lógico que um cego como eu
não pode convocar o titular
dum time brasileiro ou europeu.

Contento-me em chupar o polegar
do pé de quem ainda não venceu
sequer a mais local preliminar.

(Glauco Matoso/podólatra,gay,poeta e cego) 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

REPOSTANDO:"CUIDADOS NUMA SESSÃO BDSM"

Parece simples e fácil,mas não é.
A pessoa se “descobre” TOP,compra alguns acessórios,que considera básicos,e sai em campo à procura de um bottom,que julga,vai complementá-lo nesta deliciosa aventura erótica que é o BDSM.
Esta é a primeira dificuldade.CHECAR FANTASIAS.
Muitos são os praticantes,com preferências as mais diversas e individuais.
Encontrar alguém que possua as fantasias,mais próximas e complementares,demanda tempo e MUITA PACIÊNCIA.
Quando,finalmente,se encontra “O” ou “A” parceiro(a),a negociação deverá ser LENTA e MINUCIOSA para evitar futuras decepções.
Chega a hora da sessão.
Alguns cuidados são indispensáveis e deve-se estar prevenido,para evitar,e/ou remediar,acidentes.
1- SOB HIPÓTESE NENHUMA fazer uso de bebidas alcoólicas e/ou drogas que tiram a percepção exata do que está acontecendo.Tanto para quem aplica o castigo porque “erra a mão”,como para quem recebe,pois fica anestesiado e sem reflexos para usar a “safe-word”,se necessário.
Se uma pessoa,precisa de álcool,para “se soltar”,melhor,será, fazer análise antes de se meter nesta empreitada.O uso de qualquer alucinógeno(brando ou forte)pode “embaçar” a realidade no peso de um spanking,na pressão de um bondage ou asfixia,na perfuração de uma agulha.

2- APÓS o spanking,para amenizar marcas,e aliviar a dor(embora muito bottom prefira manter tanto umas quanto outra),aplicar gelo e a pomada HIRUDOIDE ou similar.

3- Quando da prática de spanking,tomar cuidados especiais com cabeça,olhos,seios,pulmões,rins e testículos,no sentido de evitar contusões sérias,nestas áreas.

4- Para ASSEPSIA,quando do uso de agulhas,branding, escarificação,etc,dar preferência ao uso de ÁGUA OXIGENADA 10 vol.,ao invés de álcool por que,além de ser mais eficiente,não é volátil e evita incêndios,em espaços onde velas possam estar acesas.
Lavar bem as mãos e o corpo do “bottom” e SEMPRE usar agulhas e luvas descartáveis.

5- Manter,SEMPRE à mão,uma TESOURA porque,em caso de bondage ou mumificação,ao menor sinal de alarme(desmaio ou falta de ar),o imobilizante possa ser cortado de forma imediata.


6- O SEXO ANAL realizado,simultaneamente,com o SEXO VAGINAL,pode ser extremamente prazeroso,mas permite, também,a ocorrência de infecções tão sérias a ponto de obrigar a uma histerectomia(num grau bem agudo) e/ou facilitar a presença de infecções urinárias ou vaginais (na forma mais branda).É aconselhável dispor de "dildos” como “parceiros” que,devidamente esterilizados(e envoltos em camisinha),colaboram satisfatoriamente desta prática.

7- Quando da prática de CBT(ou uso de cintos de castidade), cuidar para não haver contusões sérias nos testículos e pênis,a fim de evitar uma esterilização ou,mesmo,uma castração.

8- Qualquer laceração deve ser desinfetada com água oxigenada e coberta com pomada cicatrizante.

9- Ao TOP,que é o responsável pelo andamento e escolha das práticas,cabe saber da saúde do seu bottom e da sua própria, para que uma sessão BDSM não se transforme em “passaporte para a morte” por conta das DST(com específica ênfase para a AIDS).
10- Mantenha SEMPRE uma possibilidade do "bottom" sinalizar se algo está ocorrendo e que possa fugir ao controle(quando está amarrado,vendado e/ou amordaçado).


P.S.:
Tenha o título que queira ter o TOP,tenha anos ou horas de BDSM, seja TOP,sub ou switcher...ou qualquer outra posição que se queira inventar,seja libertário ou reacionário,ou seja,em qualquer lugar, posição,preferência,ou tipo de relação que o praticante usufrua... ESTES CUIDADOS DEVERÃO ESTAR PRESENTES POIS DIZEM RESPEITO À SEGURANÇA E SOBREVIVÊNCIA,DE QUALQUER PESSOA,NA PRÁTICA BDSM...
(Castelã_SM)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

AUTORES DO EROTISMO


 GUILLAUME  APOLLINAIRE


 Ele viveu a época de ouro da literatura libertária francesa, o que equivale a dizer a melhor do mundo naquele período.

Wilhelm Apollinaris de Kostrovitsky, que usava o pseudônimo de Guillaume Apollinaire, nasceu em Roma,em 26 de agosto de 1880 , filho de uma aventureira polonesa com um alto prelado da Igreja Católica Apóstólica Romana. É claro que o cardeal jamais admitiu essa paternidade, e Apollinaire foi criado em Paris, sem pai reconhecido.

Tornou-se um dos maiores poetas franceses ao escrever Zone, uma dolorosa fantasia romântica que figura até hoje entre os clássicos franceses.

Apollinaire viveu a passagem do século na França, e a coisa fervilhava por ali. Artistas de todo o mundo rumavam para a "cidade luz" à procura de inspiração e aventura. Os autores modernistas, entre os quais figurava Apollinaire, viviam à sombra do movimento cubista, que tinha sua origem nas artes plásticas. Faltava à literatura esse status de originalidade. Eles foram buscá-lo nos transgressores franceses, aqueles que o "sistema" cultural não havia absorvido até então (e que não assumiu até hoje). Entre os primeiros da fila de espera estavam o Marquês de Sade (cuja apresentação pode ser encontrada neste mesmo link) e Sacher-Masoch.

Inspirando-se neles, Apollinaire escreveu As onze mil varas. Para abrandar a escolha e justificar-se, usou como subtítulo adomasoquismo sem sentimento de culpaobra, cheia de descrições que fizeram arrepiar aos moralistas de então e de hoje, conta a vida e as aventuras do príncipe romeno Vibescu.
Embora personagem ficcional, o príncipe Vibescu tinha inspiração no próprio Apollinaire, que também era descendente, por parte de mãe, do leste da Europa, e que, como seu protagonista, ambicionava viver aventuras sexuais em Paris.

O enredo d”As onze mil varas conta a história do príncipe e começa em Bucareste, cidade que é uma das principais entre as que dividem Oriente e Ocidente. Localizada geograficamente na Europa, foi profundamente influenciada pela Ásia, assim como a Turquia, com seus costumes diferenciados e exóticos.
Para Picasso, este livro era a obra-prima de seu amigo e poeta Guillaume Apollinaire (1880-1918). Há um certo exagero do pintor, já que Apollinaire nos deixou obras muito mais importantes na poesia do que na pornografia. Mas As Onze Mil Varas, publicado clandestinamente em 1907, é com certeza um dos pontos altos da literatura erótica.
Um erotismo "inumano", segundo Alexandrian, num "romance cheio de atrocidade" que "inspiraria um horrível mal-estar se Apollinaire não soubesse mantê-lo num grau de exagero poético que o sublimava, a ponto de fazer dele um alegre jogo do espírito". No livro, as peripécias sexuais do príncipe Mony Vibescu são contadas em todos os pormenores nojentos e selvagens.


Apollinaire escreve que, ao príncipe Vibescu "bastava pensar numa parisiense para imediatamente ficar de pau duro e ser forçado a masturbar-se, com beatitude." O jovem Apollinaire também deve ter se masturbado com as possibilidades sexuais de Paris na adolescência.

Apolinnaire morreu jovem, aos 38 anos,em 9 de novembro de 1918, durante o surto mundial da gripe espanhola que devastou a humanidade, e chegou inclusive no Brasil. Seus livros libertários e eróticos foram publicados com pseudônimo, mas seu estilo refinado o denunciou. Foi perseguido na França e obrigado a negar seu trabalho. Seus perseguidores perderam-se no tempo. Ele é reconhecidamente um dos maiores autores de todos os tempos.

(*Textos retirados da net)
(postado na lista BDSM-SP em mar/2005) 

sábado, 19 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quando um não quer... Não há consenso.




A consensualidade é um dos pilares do BDSM, e, para muitos, aliada ao são e ao seguro, caracterizam uma filosofia em BDSM.
Então, quando os dois querem, desejam... a coisa anda.
Queremos por que? Por que queremos?
Pensando de trás para frente, seria mais ou menos assim:
Gostamos por que sentimos prazer, e, por isso queremos.
Mas queremos o prazer, e para ter este prazer, é necessário que façamos.
Então o querer confunde-se com o fazer e com o prazer !?
É, mas quem não quer, não faz. Então o ponto crucial é o querer, o nosso querer.
Este querer é o ânima, o tesão, a vontade que nos move.

Muita gente acha que para fazermos algo bem feito é necessário gostar do que fazemos.
Quando gostamos, nos entregamos aquilo que fazemos de corpo e alma. Temos prazer em tal atividade, e nos superamos, nos sublimamos...
E desejamos.
Há pessoas que vivem o seu BDSM como se o corpo fosse a parte principal, ou a única importante.
Desassociam o físico do mental esquecendo deste.
O corpo tão somente acusa o que recebe; mas quem sente, quem quer, quem deseja é a mente.

Excelência, no sentido de qualidade, é algo que permeia nossa vida de uma forma como nunca se viu.
Depois que inventaram o 5S, desenvolveu-se um conceito de qualidade, a qualidade total. Depois vieram os padrões de qualidade.
Quem não se lembra de coisas do tipo ISO 9000 ou 9010?
Ainda que não se fale tanto na dita qualidade, ela é exigida sempre e de forma cada vez mais enfática. É pois, um conceito que foi totalmente incorporado a nossa cultura, não apenas em relação ao consumo.

Excelência reflete ou sinonimiza um nível de qualidade elevado em termos de relações pessoais, e óbviamente, também no BDSM, podendo ainda ser entendida como Plenitude.
Assim temos conceituamos num padrão do que seja uma relação plena, aquela situada a partir de certo patamar de crescimento qualitativo. Crescimento que pode acontecer em função da intimidade, da cumplicidade, da empatia, do pensar igual, de uma sinergia qualquer como aquela coisa de pele...
Neste ponto, a relação deixa de ser algo apenas abstrato, e vai se consubstanciando, tornando-se algo quase concreto. Assume contornos e vai tomando forma.
A forma de como seus participantes a vivenciam.
É visível e patente quando uma relação não vai bem; até mesmo quem está de fora sente, percebe...
O desacerto, o desencontro, torna-se também quase concreto. Por isto pode ser percebido com facilidade.

Em termos de relações pessoais, e agora aludindo apenas ao espaço BDSM, gostar do que se faz (querer) é importantíssimo. Mas quando, além disso, gostamos da pessoa com quem fazemos, queremos esta pessoa, temos ou criamos condições de literalmente turbinar a relação.

Muito se fala em “entrega”. A entrega incondicional ao outro, ao lado dominante...
Mas é somente o lado submisso que procede a esta entrega !?
Entregar-se à uma relação BDSM é antes de tudo entregar-se a si mesmo.
É entregar-se aos próprios instintos, sejam de submissão ou de domínio, e assim, alcançar, uma percepção diferente e, bem mais complexa e completa, da relação e de si mesmo. Consequentemente, o modo como nos definimos ganha também uma dimensão totalmente diferente.
Fazemos a relação, construímos os alicerces... mas após um certo estágio a relação passa a se auto gerir e se faz por si mesma.
Então, passamos nós a sermos moldados por ela, a relação.
Neste estágio a relação torna-se interação. Numa interação praticamente os pólos se unem e influenciam-se mutuamente.
Mesmo uma atitude submissa, de passividade, influencia o outro lado.
Sempre há uma reação, um feed back às ações de quem domina, e, este feed back influencia, ainda que de forma bem sutil e subliminar.
Desta forma, a relação de antes, entre dois pólos, torna-se uma interação, e assim, cria-se um sentido de unicidade.
Os dois são agora um.
Não há dominante ou dominado apartados...
Há então, apenas um; uma estrutura onde a relação ganha novas cores.
As cores de pertinência/posse tornam-se evidentes.

Há ainda uma outra forma de feed back, muito mais densa. É quando a entrega vai se tornando cada vez mais consistente tornando-se devoção.

Devoção seria aquele estágio em que a entrega é praticamente desmedida; não do ponto de vista da permissão a isto ou aquilo isoladamente, mas considerando-se o permitir-se ao outro.

É aí, neste estágio, que ainda mantendo a personalidade, a parte submissa deixa de ser apenas ela para ser parte de quem domina.

É realmente como se houvesse a entrega da persona, pois assume-se o outro, permitindo –se uma “invasão”.

Não sou eu quem traz este “invasor” para mim. Apenas me permito ser invadido e mexido, a ponto de ter minhas reações mais íntimas conhecidas por ele.

Isto significa estar num nível de intimidade ( não no sentido usual ) muito maior.

Pode haver maior intimidade do que esta?

Não é a intimidade do nú, mas uma intimidade do ser, de ser.

Ser submisso é uma característica de alguns. Estar à submissão de alguém, é diferente.

É assumir a este alguém de uma forma total a ponto de criar uma sinergia muito forte.

Devoção é a entrega potencializada a um máxima, mas para chegar a este ponto, é necessário que acima de tudo haja o desejo, o querer enorme pelo outro.



É possível a quem se permite vivenciar o BDSM em plenitude, justamente por gostar, no sentido lato, experimentar sentimentos/sensações como o estar literalmente contido no outro. Contido, no sentido de fazer parte de, de pertencer a algo mais complexo ou a alguém.
Em termos matemáticos, diríamos que o conjunto Top contém o elemento “parte submissa”.
Top {sub}
Parece com alguma coisa que vemos constantemente, não !?

É gratificante, é mágico, é incrível quando nos permitimos certas experiências !!!
Não somente as descargas de endorfinas, podem gerar estados de percepção diferenciados. A construção de uma relação em bases mais complexas, ou a re leitura do atual, pode propiciar novas descobertas.
Se for para viver este grande jogo que é o BDSM, este RPG com SSC em que representamos nossas tendências e liberamos aquilo que Carl Jung chamou de “o lado sombrio da mente”, façamos da melhor maneira possível, com toda a intensidade e profundidade que pudermos. Esta é a forma de ser honesto consigo, e isto é autenticidade, é ser coerente.


"Acreditar em algo e não o viver é desonesto. - Gandhi"...

(gorrión da MAGA)

Uiaaa...esse menino é meu orgulho!!! rs 

segunda-feira, 14 de junho de 2010

BAREBACK - As origens e as conseqüências do sexo não-seguro (Parte 2)

 

 ...

Outra virada fenomenal no histórico da AIDS estava por acontecer: finalmente, após milhares de mortes tristes e inevitáveis, uma forma de combate à doença estava a caminho. O chamado “coquetel”, associação de diversas drogas anti-retrovirais, mostrou-se altamente eficaz no controle e no tratamento da doença, criando mais um conceito novo: o de “soropositividade”. Isto quer dizer que atualmente um indivíduo infectado por HIV não necessariamente desenvolve a AIDS e, mesmo se este já apresente alguns sintomas mais ou menos graves, poderá apresentar regressão do caminhar da doença e passar a ter uma vida absolutamente normal. Com o passar do tempo, rapidamente uma infinidade de medicações anti-retrovirais foram desenvolvidas, colocando à disposição da população e da classe médica uma longa lista de medicamentos eficazes no combate à AIDS, cada vez com menos efeitos colaterais e maior segurança. A AIDS parecia ser já um problema superado e solucionado pela Medicina contemporânea, fadada a perder seu status de “peste do Apocalipse” e entrar para o hall das doenças controláveis. Mas mudanças neste panorama ainda estavam por vir...

Com o início do Novo Milênio, toda uma geração que jamais havia tido contato direto com a AIDS atingiu uma faixa etária sexualmente ativa. Esta geração cresceu sendo superbombardeada pelas campanhas em favor do uso de preservativo e desenvolveu “imunidade” a elas, imaginando que a AIDS não deva ser “um monstro tão feio quanto pintam” ou que deva ser coisa de “viado”. Toda esta nova geração se expõe aos riscos da AIDS e de outras DSTs por pura ingenuidade e desinformação. Toda uma geração alienada ainda por cima ignora sistematicamente a possibilidade de estar infectada, fechando seus olhos para possíveis sintomas, recusando-se a fazer testes clínicos e voltando suas costas para o tratamento anti-retroviral. Todos estes jovens, independentemente do sexo e da opção sexual, podem, a qualquer momento, desenvolver a AIDS e chegar a pontos irreversíveis da doença. Muitos morrem por isso...

Ao mesmo tempo, a população mais velha passou a enxergar a AIDS como uma doença desprovida de perigo e a imaginar que caso alguém seja infectado, a medicação anti-retroviral “dará conta do recado”. Era a volta do “barebacking”. Principalmente nos Estados Unidos e em especial em Nova York, orgias sexuais conhecidas como “conversion parties” (festas de conversão) começaram a acontecer e a se tornar a “última moda” em matéria da sexualidade do século XXI. Nestas “conversion parties” o grande objetivo assumido e descarado é o de tornar uma pessoa até então HIV-negativa em HIV-positiva. Qual é a razão que leva alguém a querer se tornar soropositivo? A razão é simples: a soropositividade é vista como uma libertação do sexo seguro, possibilitando uma volta incondicional à grande abertura sexual experimentada nos anos 70. Um soropositivo poderia, por este raciocínio, jogar para o alto as “camisinhas” e fazer tudo o que tivesse vontade com quem bem entendesse. Depois, bastaria tomar “direitinho” sua medicação. Este raciocínio é um grande absurdo! Um soropositivo não está nem de longe liberado do “sexo seguro”. Em primeiro lugar, este indivíduo pode ser fonte de contaminação para desavisados (que são muitos hoje em dia!). Em segundo lugar, mesmo se ele se relacionar com outros soropositivos, pode haver nova contaminação, acarretando aumento da carga viral e desencadeamento de queda de imunidade e sintomas. Em terceiro lugar, pode haver a aquisição de um tipo diferente de vírus do que ele já possuía inicialmente, por vezes resistente à medicação anti-retroviral em uso. Finalmente, há também o risco de se contraírem outras DSTs, tais como a sífilis, a gonorréia, HPV, o cancro mole e tantas outras, nem sempre de fácil tratamento e nem sempre também isentas de riscos graves para seus portadores.

Mas nem todo “barebecker” tem este raciocínio de “coversão”. Há muitos que imaginam que, sendo soronegativos, limitarem seus relacionamentos a pessoas igualmente soronegativas, estarão fora de risco. Isto é igualmente um absurdo: há espaço de tempo variável em que uma pessoa já contaminada pelo HIV pode ter resultados de exames laboratoriais de soronegatividade. Este intervalo em que os testes apresentam resultados “falso-negativos” é conhecido em Medicina como “janela imunológica”, na qual um indivíduo pode facilmente transmitir o vírus a outra pessoa, sem que se possa ter noção de que o fato ocorreu. Além da janela imunológica, com qual freqüência uma pessoa que se expõe a um comportamento de risco como este deveria se submeter ao exame de pesquisa de HIV? Mensalmente? Semanalmente? Diariamente? Testes laboratoriais não são assim tão matemáticos: sempre há risco de que se obtenham “falsos-negativos”, bem como “falsos-positivos” (risco este medido pelas sensibilidade e especificidade de um teste, respectivamente).

(by Mr. B)
(postado na lista BDSM-SP em mar/05) 

sábado, 12 de junho de 2010

AUTORES DO EROTISMO



D. H. LAWRENCE 
  
  (Marina Hands e Jean-Louis Coulloc'h na vesão de 2006 do filme "Lady Chaterley")

(Sylvia Cristel e Nicoas Clay na versão de 1981 do filme "O amante de Lady Chaterley")

David Herbert Lawrence, que viria a ser universalmente conhecido como D. H. Lawrence, nasceu na aldeia de Eastwood, no Reino Unido, em 1885.
Sua obsessão por mulheres, sexo e amor revelou-se desde cedo. Embora ele custasse a se decidir sobre a quem amar, tendo perdido a virgindade só aos 23 anos, conseguiu traduzir esses temas numa obra literária magnífica. Lawrence mostra-nos o amor como uma força da natureza, as paixões como redemoinhos que carregam os fracos seres humanos, e as mulheres carregando o destino dos casais.
As mulheres de Lawrence são decisivas para a existência dos homens, de forma positiva ou não. Elas são, segundo ele, o angelical e o animal da natureza encarnados no humano.
Lawrence julgava que o sexo era o nosso ser fundamental. Isso está expresso em seus livros.As paixões não escolhem gênero ou faixas etárias em seus romances.Ambicionava criar um moderno culto ao falo, mas sem que isso implicasse em opressão à mulher. Esse culto não deveria, segundo ele, voltar-se ao pênis masculino, mas a um grande Falo Universal, símbolo da fertilidade criadora.A mulher seria o elemento de ligação que transformaria o pênis em Falo Universal. Em sua teoria homem e mulher são basicamente diferentes, mas devem buscar o perfeito equilíbrio entre masculino e feminino.
Lawrence começou a escrever sua obra máxima em 1926. O amante de Lady Chatterley é a história de Constance Reid, uma bela mulher que se casa com Clifford Chatterley, um oficial inglês em licença. Após a lua de mel ele é chamado para uma das frentes de batalha da Primeira Guerra. Retorna inválido, numa cadeira de rodas.
Sir Chatterley é um homem refinado e compreensivo. Vendo a situação da jovem esposa, autoriza-a a encontrar um amante que ela "deseje de todo o coração". Inicialmente Constance opta pela castidade, mas com o tempo se interessa por Oliver, empregado da mansão, que vive numa cabana no parque que envolve a propriedade.Oliver é baixo, feio e rude, mas tem para ela a força da natureza. Ao encontrá-lo para transmitir ordens do marido, acaba por entregar-se a ele. Suas relações com o empregado são arrebatadoras. O desfecho se dá com Oliver deixando o emprego para tornar-se operário em Sheffield. Constance descobre que está grávida e confessa ao marido. Este imagina que o filho pertence a Duncan Forbes, um pintor que eles haviam hospedado. Ela sente horror pela condescendência do marido e abandona a casa para refugiar-se junto à família.Lawrence glorifica a alegria dos corpos durante o sexo, o que para ele é um das leis eternas da natureza.
D. H. Lawrence morreu tísico, em 2 de março de 1930.
*TEXTOS EXTRAÍDOS DA NET.*
(postado na lista BDSM-SP em  mas/2005)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

POR QUE MEUS ESCRAVOS USAM CALCINHA


 (foto tirada da NET)

A nossa sociedade é patriarcal e machista e,como resultado disso,vemos uma imensa valorização do falo(ter um “pau” grande é um símbolo de poder e vaidade,mesmo que o homem só o use pra urinar),atitudes de “macho” são as evidenciadas(a ponto de,as mulheres em sua “liberação”,adotarem valores machistas para tanto),a capacidade de decisão da mulher é discutida (mesmo que o homem que a acompanhe relinche como um asno).
Porisso,quando penso em Dominação,a primeira coisa que me move,é “remover” estes “ranços” que simbolizam o poder masculino.E neste roldão está a cueca.A cueca passa a ser o símbolo do macho.Assim sendo,NENHUM escravo meu usa cueca, quando está comigo.Não interessa se é crossdresser,ou não.Não interessa se é sissy,ou não.Não interessa se curta inversão,ou não.Em meus domínios não existe cueca.
Interessante que já “perdi” alguns candidatos à escravo pq não abriram mão das suas cuecas.
Paciência...rsrs.A Dominação é minha e tem que ser como eu quero.
Exijo calcinhas de lingerie e têm que ser muito bonitas e sedutoras. Podem ser de qq cor,MENOS PRETA.Preto é a MINHA cor.A minha lingerie é sempre preta.Normalmente a cor da vela, que acendo na sessão, acompanha a cor da calcinha.O interessante é que passa a ser um objeto de uso bastante agradável,pelo escravo.
Alguns depoimentos, a respeito:

Tudo fora providenciado com antecedência. A calcinha azul e rendada na frente (linda), a vela da mesma cor... só faltavam as 3 rosas vermelhas.
Por falar em calcinha, cabe um comentário.
Está cada vez mais difícil encontrar calcinhas bonitas, que não sejam extremamente diminutas. A que comprei para esta sessão, era do tamanho G, mas, ainda assim, ficou bem apertada; a ponto da pequena peça descer a cada vez que sentava.
isto sem contar com as inúmeras vezes em que tenho que puxar a dita cuja, que insiste em entrar no vão das nádegas.
Aquele simples pedacinho de pano que chamam de fio dental, acaba tomando outras proporções e incomodando tanto, que mais parece uma daquelas cordas que amarram as lanchas Rio-Niterói.
E olha que eu não tenho aquele bundão!!!As calcinhas mais simples, aquelas que se resumem a um triângulo pequeno na frente, outro um pouco maior atrás e algumas tirinhas nas laterais são as minhas preferidas; são bem melhores para se usar. Gosto tanto que sempre que posso, durmo com uma e as vezes fico o dia inteiro sem o menor desconforto; muito pelo contrário.O problema, se é que podemos assim dizer, é que quando uso calcinha, principalmente este tipo mais ínfimo, com tirinhas, fico num processo contínuo de excitação, o que faz com que a diminuta peça não seja suficiente para tapar ou acomodar tudo.
Em momento algum consigo esquecer que tenho algo entre as pernas.
Mas no fundo, ...isso é muito bom!!! (gorrión da Maga)
Eu quase deixei de pertencer à minha Dona porque não aceitava usar calcinhas.
A primeira vez foi um grande sufoco.Parecia que o mundo inteiro sabia que eu estava vestindo aquele diminuto traje.Ia andando e imaginando todos os olhos voltados para mim e dizendo:viado!
Nunca ninguém havia me pedido isso.E eu ainda não conhecia bem a pessoa que me exigia essa coisa tão diferente e ,no meu entender,absurda.Hoje,depois deste tempo todo,não me vejo usando nada que não seja isso.A textura agradável,a presença da minha Dona comigo,o excitante do proibido,a transgressão,e principalmente saber que estou fazendo alguma coisa de importante e imprescindível para ela.Há dias em que, viajando,durmo de calcinha.E me faz muito bem! ({calisto}_Maga)

TENHO DITO !!!!!!!!hahahahahahahaha

(Castelã_SM)

terça-feira, 8 de junho de 2010

VISITANTE ILUSTRE



 NAMIO  HARUKAWA



Nascido em 1947, em Osaka,no Japão, é um artista conhecido por seus realistas desenhos sobre femdom erótica.O recurso usado por Harukawa,em seus desenhos é retratar mulheres voluptuosas com seios grandes, quadris largos, redondas nádegas e pernas grossas dominando, submetendo e humilhando os homens menores. As mulheres de Harukawa são tanto asiáticas e européias, na aparência, e, algumas vezes, africanas.Elas, geralmente,têm um olhar distante em seus rostos, elas dominam os homens sem esperança. De longe, o tema mais comum é o facesitting, dos homens mais fracos pelas mulheres voluptuosas, mas seu trabalho também inclui asfixia , urolagnia ,servidão e cunnilingus. Outras obras de Harukawa têm como tema,o corno.









(TEXTO E GRAVURAS TIRADAS DA NET)

domingo, 6 de junho de 2010

AS ORIGENS E AS CONSEQUÊNCIAS DO SEXO NÃO -SEGURO (PARTE 1)

 

 O termo “bareback” ficou internacionalmente conhecido como gíria comum para a prática sexual (penetração) sem o uso de preservativo. O termo inglês literalmente significa “traseiro careca” ou, mais livremente traduzido, “montar a pêlo”, foi criado por alguns grupos de homossexuais masculinos dos Estados Unidos e da Europa, que se recusam a usar “camisinha” em suas práticas sexuais, apesar de toda a enorme campanha internacional feita para prevenção da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Com o tempo, o termo passou a englobar outras práticas sexuais igualmente não seguras, como o contato direto com o esperma e secreções corpóreas. As razões que levam estas pessoas, atualmente já não apenas homossexuais masculinos, a praticarem o chamado “unsafe sex” (sexo inseguro) são as mais variadas possíveis e expõem cada vez mais indivíduos à crescente epidemia mundial. Avaliar estas causas e os argumentos apresentados, a favor e contrários, parece-me fundamental para uma conscientização maior do público em geral sobre os riscos que o “barebacking” inclui.

Inicialmente o principal argumento dos “barebackers” era uma revolta explícita contra a restrição das atividades sexuais em nome da epidemia de AIDS, então conhecida pejorativamente como “câncer gay” ou “peste cor-de-rosa”. Na década de 80 o senso comum era de que apenas e tão-somente homossexuais masculinos estavam expostos a esta doença e passaram a ser sistematicamente discriminados pela população dita “normal”, causando um retrocesso de séculos no lento processo de abertura e aceitação do homossexual pela sociedade.

A década de 70, principalmente nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, foi marcada por uma explosão “gay”, iniciada nos famosos “Stonewall Riots” que ocorreram em Nova York em 27 de Junho de 1969. Havia então no “Village” (Nova York) um bar “gay’ chamado “Stonewall”. Este bar foi invadido pela polícia de maneira arbitrária e com o uso de força, como era tão comum que acontecesse nestes locais então considerados “antros”. Pela primeira vez na História, os homossexuais presentes revidaram à agressão policial e deram início a uma série de protestos e revoltas. Estes eventos culminaram com a instituição desta data como Dia Internacional da Comemoração do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros. Seguiu-se a abertura de inúmeros bares e boates “gays” pelo mundo e organizações de enormes festas “gays” com muito sexo descompromissado.

Não demorou muito até que a população heterossexual assumisse para si o mesmo comportamento liberal e assumido em relação à sexualidade humana e todas as suas infinitas possibilidades, rompendo com milênios de repressão sexual. Após uma década de liberação, o aparecimento da AIDS em 1981, não poderia deixar de ser sentido como um retorno radical à repressão, desta vez exclusivamente aplicada sobre os homossexuais. É compreensível que a população homossexual destas regiões liberadas do mundo protestassem. Porém, não é compreensível nem aceitável que esta mesma população protestasse com uma exacerbação do sexo livre e indiscriminado, decidindo deliberadamente ignorar a epidemia mundial alarmante e expondo-se ao altíssimo risco de contrair uma doença até então inexoravelmente fatal. O resultado disto foi que no início da década de 90 entre os homossexuais masculinos os números de infectados, doentes e mortos eram imensos.

Paralelamente, havia sido identificado o HIV como o vírus causador da AIDS e descoberto que este poderia ser transmitido por contato sexual, transfusão de sangue e inoculação injetável, tal qual a hepatite viral tipo B. Foi justamente esta descoberta em associação ao quadro epidemiológico descrito que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS), com o apoio de diversos países e de inúmeras Organizações Não-Governamentais (ONGs) em todo o mundo civilizado a iniciar uma campanha maciça em favor do uso do preservativo como única forma possível de controlar a epidemia avassaladora.

Estas campanhas foram feitas eminentemente tendo como público alvo os homossexuais masculinos. Felizmente a direção tomada não foi a repressão, mas sim a conscientização da população. Campanhas para o uso de seringas descartáveis entre os dependentes de drogas injetáveis, inclusive com a larga distribuição de material, também foram feitas. Um rígido controle de todo o material recebido em bancos de sangue em todo o mundo foi adotado. A preocupação das autoridades de saúde voltava-se para os ditos “grupos de risco”: homossexuais masculinos, transfundidos e usuários de drogas injetáveis. Houve também um trabalho de descriminalização e descaracterização da homossexualidade como doença, que levou à abolição do item “homossexualismo” da Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS em 1994. Atualmente o termo “homossexualidade” refere-se então a qualquer pratica sexual, exclusiva ou não, entre pessoas de mesmo sexo, sem caracterizar nenhuma situação criminosa, patológica e/ou pejorativa. Já o termo “homossexualismo” traz em si este caráter estritamente criminoso, patológico e/ou pejorativo, devendo ter seu uso, portanto, evitado. Em conseqüência, diversos países, entre eles a Inglaterra, que ainda teimavam em manter o “homossexualismo” como crime em seus códigos penais, acabaram voltando atrás e aceitando a homossexualidade.

Os resultados de todas estas medidas foram fantásticos: os números da AIDS caíram impressionantemente entre os homossexuais. Porém, um estranho fenômeno ocorreu: a incidência de infecções por HIV no meio heterossexual aumentou muito. As autoridades médicas perceberam então que a AIDS é uma doença que ameaça a humanidade como um todo e não está restrita aos tais “grupos de risco”. O conceito de “grupo de risco” foi abolido e as campanhas de prevenção ganharam a população em geral através de todos os meios de comunicação disponíveis. A sexualidade humana e os preconceitos a ela relacionados estavam novamente postos em cheque. Muitas forças contrárias a esta nova abertura sexual se seguiram e usaram (como ainda usam) a AIDS como principal argumento em favor da discriminação sexual. Todas as facções moralistas e conservacionistas exerceram (e ainda exercem) forte pressão contrária a este movimento, querendo “empurrar” à força a AIDS de volta aos seus “grupos de risco”.

(Mr.B)

/Dominador ,médico psiquiatra/SP) 

sexta-feira, 4 de junho de 2010

MEDO E STRESS PROVOCAM PAIXÃO

 ("Romeu e Julieta"óleo sobre tela de Ford Madox Brown/1870)

Emoções aparecem quando interpretamos excitação sexual de modo cognitivo

Como surgem sentimentos de paixão? Pela teoria dos dois fatores do psicólogo social Stanley Schachter da Universidade Columbia, as emoções aparecem quando interpretamos excitação fisiológica de origem sexual de modo cognitivo. Conferimos a elas, por assim dizer, uma etiqueta correspondente: euforia, tristeza, raiva etc. Mas, se há várias fontes de excitação, o cérebro parece ter problemas para distingui-las. Situações dramáticas, portanto, podem aumentar sensivelmente o amor apaixonado. Esse fenômeno é ilustrado pelo chamado efeito Romeu-e-Julieta. Os dois famosos adolescentes tiveram de lutar pelo seu amor contra a resistência de todos a sua volta. Não seria espantoso que ambos interpretassem a sua excitação em parte como expressão de seu interesse mútuo. De fato, pesquisas confirmam que pais que quiserem evitar relacionamentos românticos dos filhos acabaram por alcançar o contrário: a pressão de fora fortalece os sentimentos de um pelo outro. Chama a atenção que a maior intensidade dos sentimentos amorosos parta de emoções negativas, como medo e stress. Mas também o desejo por aventura ou a excitação emocional em competições esportivas podem funcionar como elixir do amor.

(publicado pela revista Mente e Cérebro em mar/2010) 

quinta-feira, 3 de junho de 2010

UM DEPOIMENTO



 (foto tirada da NET)
 
Oi,Maga

Ontem eu estava abrindo meu coração para você lá na sala de bate-papo, mas acho que você caiu ou teve que sair. Fiquei esperando, mas você não retornou. Resolvi escrever para contar mais sobre o que estou sentindo.
Bem, eu sempre te digo, e é verdade, que dei muita sorte em ter te encontrado e ter sido transformado em sissy por você. Acho você uma mulher e tanto, dona da tua vida, cheia de auto-estima e confiante em realizar todos os teus desejos. Na realidade tenho muito orgulho de ter sido sua sissy, embora ainda me considere como sendo tua, sei que você não se considera minha Dona.
Não tenho medo de abrir meus sentimentos para você e confio muito na tua sabedoria e experiência no que diz respeito às fantasias e fetiches do mundo BDSM. Você foi, e ainda é, uma excelente amiga e orientadora.
Levou-me a conhecer o mundo BDSM com sutileza e fez-me estudar, ler, enfim, conhecer onde eu estava pisando antes de levar-me para qualquer sessão.
Por isso tudo tenho plena confiança em ti.
O fato é que depois de você nunca mais tive qualquer relacionamento BDSM. Como te disse em outra oportunidade uns 3 anos após te conhecer eu casei e se já não tinha tempo suficiente para te agradar...agora é que tenho menos ainda. Apenas converso nas salas de bate-papo, até conheci uma mulher que quer me ter como sua meninha passiva, ela é uma boa pessoa, mas é casada e prefiro não envolver-me nesse tipo de relacionamento. 
Você é a única em que realmente confio e, depois de conversar com muitas pessoas nas salas de bate-papo, aprendi que você é diferente, é real, é verdadeira, é a única mulher que pode ser minha tutora.
 Coloco-me a tua disposição para conversarmos mais  com um chopinho em Niterói.
Um beijão nesses pés....muito obrigado pela paciência em ler meu e-mail e obrigado pelo carinho de sempre.
Da sempre tua_____________

(sabrina sissy)

terça-feira, 1 de junho de 2010

VISITANTE ILUSTRE

 (FILLETE : uma obra da artista)

LOUISE DE BOURGEOIS

 A escultora norte-americana nascida na França Louise Bourgeois, uma das artistas mais influentes do mundo contemporâneo, morreu na segunda-feira,(31/05), em Manhattan, onde vivia, informou o jornal New York Times. Ela estava com 98 anos.
Segundo Wendy Williams, diretora administrativa do ateliê Louise Bourgeois, a artista morreu de ataque cardíaco, informou o jornal.
O trabalho de Bourgeois com materiais diversos, desde madeira até aço ou pedra, tendia a girar em torno da forma humana, embora algumas de suas peças mais reconhecíveis fossem esculturas gigantes de aranhas, algumas com três andares de altura.
A artista dizia que uma de suas principais inspirações era sua infância, na França, onde ela conviveu com sua mãe amorosa mas se sentia insegura devido às infidelidades conjugais de seu pai, entre outras com sua professora particular.
Seu trabalho de 1974 "A Destruição do Pai" foi visto como interpretação de uma fantasia infantil em que uma figura paterna é posta sobre uma mesa, onde é desmembrada e comida por outros membros da família.
Bourgeois mudou-se para Nova York em 1938, depois de se casar com um historiador de arte norte-americano, e sua reputação foi crescendo aos poucos.
Mas foi apenas nas décadas de 1980 e 1990, quando ganhou uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna e representou os Estados Unidos na Bienal de Veneza, que ela começou a ser vista como influência maior.
(Por Mike Collett-White)