Este castelo pertence à M@G@,Dominadora carioca há mais de 25 anos envolvida nesta prática BDSM

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

"A SAGA DE UM ESCRAVO":CAPÍTULO 16


Ela coloca duas algemas,me prende aos ganchos que existem ali e traz uma palmatória de borracha começando a me surrar,sem violência.
Minha bunda esquenta a cada investida.Meu pau lateja,na mesma medida.Está duro e com muito tesão.
_”Eu sabia que você iria gostar disso” diz debochada, observando meu lambuzado pau,que se expressa,sem vergonha.Parece que saio de órbita,em delírio.A cadência das borrachadas,o aquecimento contínuo que se espalha pelo corpo,me alucinando,em sensações desconhecidas,até então.Atenta ao meu desempenho,ela percebe que meu orgasmo se avizinha e pára de bater.
_”Agora não,mocinhoJá teve sua festa hoje.Você vai aprender que só pode gozar quando EU permitir.Entendeu?”ela diz com tanta tranqüilidade,que quase acredito.
_”Você não está delirando,não?” pergunto atrevido.
Uma bofetada estala na minha cara.Meu pau explode,em gozo.
_”Que é que é isso?” ela está furiosa.”Se atreve a me desobedecer?” seus olhos faíscam.”Vai saber o quanto lhe custará isso” e sai da cela,de forma intempestiva.
Quando volta,vem acompanhada de um homem pequeno e magro.Logo atrás,vem Aldréa abraçada a uma linda,alta e robusta mulata.
_”Este é o moço?” o homem pergunta,avaliando cada parte do meu corpo.A voz é forte,grave e firme.Não combina com alguém com físico tão franzino.
_”Este é Mestre Dreyfuss,mocinho” diz a Rainha Sarita à guisa de apresentação.
_”Olá!” digo eu e recebo,de imediato,uma bofetada.
_”Alguém aqui permitiu que falasse?” diz Sarita.
Começo a me divertir com essas atitudes dela.Parece um jogo onde a minha pessoa é ninguém, e gosto disso.Sinto como uma espécie de alívio por deixar de ser responsável por atitudes minhas.Mandam e obedeço.Não preciso decidir nada. Na minha vida profissional,tudo depende de minhas decisões.Acordos são feitos e desfeitos,somente,a partir de pareceres meus.
Aqui,neste jogo erótico,minha vontade não prevalece,pelo contrário,é o que menos conta e,isso,está me trazendo enorme satisfação.Estou ansioso para ver e participar das novas etapas deste envolvimento.
_”Traga-o aqui”a autoridade de Dreyfuss se faz ouvir.
Sou levado a um recanto da cela.Ali,o chão é de cimento e há um ralo.Da parede pende um chuveiro.No centro há uma argola presa ao chão. Sou algemado àquela argola e fico de joelhos.
_”Venham vocês aqui” Dreyfuss chama,Aldréa e a mulata.
_”Façam-no de privada.”
Estou surpreso,sem saber o que isso significa, exatamente.
Primeiro,veio Aldréa que urinou em cima de mim.Depois,foi a vez da mulata,que fez o mesmo.Por último,foi ele mesmo,Dreyfuss,que me cobriu com jatos de urina quente.
Minha indignação foi tamanha que fiquei sem palavras,para reclamar.
Meus olhos estão de tal forma,arregalados,que Sarita me olha e explode em gargalhadas.
_”Vão saltar das órbitas!” e continua às gargalhadas.
_”Agora é a minha vez” diz ela,e recebo um novo banho de urina.
_”Sua maluca,o que pensa que está fazendo?” minha voz soa gutural e estranha,tal o meu nervosismo.
Aquele início de boa vontade,em continuar o jogo,escoa pelo ralo,junto com a urina.
_”Você ainda não aprendeu o que significa ser escravo.Depois de algum tempo, por aqui,vai entrar na linha,direitinho”
Abre o chuveiro e a água gelada e limpa me proporciona alívio daquela escabrosidade.
Todos saem e permaneço ali,à espera.
Apesar do inusitado,o tesão esteve presente em cada momento desses.Toco meu pau,estou excitado.Para minha surpresa, as imagens que vêm à memória,na minha excitação,são aquelas dos supliciados,naquele salão.
Incluindo aí até a sessão de mijo.
De cada grito,que me lembro,mais e mais transito no meu solitário prazer. .
_”Será que estou louco?Como posso ter tesão por esta nojeira?”
Aldréa e Ernst entram e me soltam. Dão-me uma toalha para me enxugar.
Sou levado a um quarto enorme.Há uma ampla cama,com dossel,em metal dourado.Colcha branca com desenhos,em vermelho.Ao pé da cama há um tapete branco coberto com almofadões vermelhos.Do teto,pendem dezenas de correntes de vários comprimentos,algumas chegam ao chão.Um espelho,com moldura dourada,cobre inteiramente,uma das paredes.Há,também,uma mesa em mármore branco, com estrutura em metal dourado.As cadeiras são,do mesmo metal,almofadadas em vermelho.O piso é de granito preto.A luz, mortiça,vem de dois abajures,também, pretos,em forma de pilastras.
Três gatos pretos,preguiçosamente,se esparramam nas almofadas.
_”Vem aqui.” Ouço a conhecida voz que vem de trás de um biombo.Só então, reparo que o cômodo ainda continua,além do que posso ver ali.Ela está recostada dentro de uma banheira com água coberta por pétalas de rosas.O aroma das flores está presente, em todo o ambiente.
( continua)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

VISITANTE ILUSTRE




SONETO DO MEMBRO MONSTRUOSO




Esse disforme, e rígido porraz



Do semblante me faz perder a cor:



E assombrado d'espanto, e de terror



Dar mais de cinco passos para trás:






A espada do membrudo Ferrabrás



De certo não metia mais horror:



Esse membro é capaz até de pôr



A amotinada Europa toda em paz.






Creio que nas fodais recreações



Não te hão de a rija máquina sofrer



Os mais corridos, sórdidos cações:






De Vênus não desfrutas o prazer:



Que esse monstro, que alojas nos calções,



É porra de mostrar, não de foder.






(Manuel Bocage)

sábado, 24 de novembro de 2007

O QUE SIGNIFICA O EMBLEMA BDSM



O Emblema BDSM não tem simbolismo "óbvio" porque foi criado para ser enigmático. Para os observadores baunilhas que poderiam se ofender ou repelir o BDSM, é meramente uma peça de joalheria atraente. Conseqüentemente, podemos usá-la tão livremente como uma saudação entre amigos, meneio de cabeça, e piscar para os outros BDSMistas que podemos passar por acaso pelas ruas ou avenidas do nosso dia-a-dia.

Para que está no meio, no entanto, o Emblema BDSM é cheio de significados.

As três divisões representam as várias tríades do BDSM. Em primeiro lugar, as três divisões do próprio BDSM: B&D, D/s e S&M. Em segundo, os três modos do comportamento: São, Seguro, e Consensual. Em terceiro, as três divisões da comunidade: Tops (Doms/Dommes), Bottoms (submissos) e Switchers.É essa segunda simbologia que justifica os buracos em cada uma das divisões.

Desde que o BDSM seja no mínimo um tipo de jogo e no máximo um estilo de amor, os buracos representam a incompletude do individual dentro do contexto BDSM. Por mais "inteiros" e "juntos" os indivíduos possam estar, sempre fica uma lacuna dentro deles que somente pode ser preenchida por um outro indivíduo complementar. BDSM não pode ser feito sozinho.

A similaridade do símbolo BDSM com o símbolo do Yin-Yang não é acidental. Como a curva de fora do Yin-Yang representa a tênue fronteira onde um termina e o outro começa, então as bordas curvadas nesse caso representam a separação indistinta de B&D, D/s e S&M.

O metal e a cor metálica do medalhão representam as correntes e ferros da relação servidão/propriedade. Os três campos internos são pretos, representando a celebração do lado obscuro da sexualidade controlado dentro do BDSM.
As linhas curvas propriamente ditas podem ser vistas como uma representação estilizada de um chicote que este balança, ou até mesmo um braço em vias de entregar-se a um erótico spanking. O círculo que envolve a tudo isso, claro, representa a unidade do todo e do uno de uma comunidade que pretege a si mesma.

copyright 1995, 1997,
Quagmyr@aol.com


(tradução Tarja Domme)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

"A SAGA DE UM ESCRAVO":CAPÍTULO 15


Meu sono é interrompido por Ernst.Sacudindo o meu braço:
_”Ô cara,não vai participar da festa? Prefere dormir?”
Dou um salto.De momento,não me lembro de onde estou.
O aroma e a música trazem-me à realidade,num instante.
_”Sim,s...,sim,a festa”gaguejo e rio sem graça.
Ao entrar no salão,fico admirado com tanta animação quase muda.Ninguém fala alto,ouve-se apenas,gemidos,grunhidos e soluços,algumas risadas também.
Em cada canto há uma ação diferente.Percorro uma a uma.Vejo um homem colocar a mão inteira na xana de uma mulher.Igualmente,uma mulher coloca a mão inteira,até o braço,no ânus de um homem.Os penetrados se contorcem em esgares de prazer.Mais adiante,um homem,preso à cruz tem seus genitais aprisionados por uma prensa que os comprime,dolorosamente.O homem que lhe impinge tal suplício,beija-o apaixonadamente.Em seguida,presos à correntes que descem do teto,um homem e uma mulher são torturados. Ele tem seu saco escrotal fixado,por pregos,à uma tábua e ela tem agulhas que perfuram seus grandes lábios vaginais.A mulher que lhes aplica tal tormento penetra a vagina da mulher com os dedos fazendo com que esta se contraia em espasmos de prazer.O homem recebe um sexo oral ministrado por um jovem.
Mais adiante,um homem é,severamente,açoitado pela Rainha Cérida, preso a um cavalete.No chão,observo gotas de tesão que pingam do seu pau, inexplicavelmente duro.
Num recanto,menos visível,uma mulher é penetrada por dois homens e solta grunhidos de prazer e tesão.
O interessante,nisso tudo é a reação do meu corpo. Despudoradamente,meu cacete avança duro e nem me preocupo em exibi-lo,tão emperdigado.A cada nova cena,o tesão aumenta em mim.Lembrei-me das bofetadas recebidas e que,assombrosamente,eu gostara.
A Rainha Sarita aparece,do nada e me pega pela mão.
_”Quer experimentar alguma coisa? Podemos começar com algo bem leve” rosto sério de quem faz daquilo algo de muita importância.
_”Tenho vergonha de me expor assim,aos outros” respondo
_” Não seja por isso.Venha” ordena e me conduz.
Voltamos ao espaço das celas e entramos em uma que tem como único móvel um cavalete.

(continua)



terça-feira, 20 de novembro de 2007

TARAS



Tuas marcas...eita...
Meu troféu!!!
São vergões impetuosos
Que liberam gotas de rubi
...a cor do prazer.
Um prazer sádico,
que aporta
na demência dos sentidos.
Sentidos esses ...
vazios da razão
Apenas com senso
do consenso
...de consentir
De inspiração dionísica
esse pantagruélico banquete
de infernais desejos
... e taras
Com ardor se consuma
... e se consome
Em tenras
...e esfomeadas carnes.
Enfim...
um insuperável gozo!!!

(Castelã_SM)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

"A SAGA DE UM ESCRAVO":CAPÍTULO 14


”Que lábios,que mãos,que língua.Uauuuuuuuu!” derramo todo o sêmen que tenho,num orgasmo frenético e abundante.
Relaxo,sinto-me largado.Aldréa cuida de limpar tudo e sai.
Estou sozinho e não sei o que se seguirá,agora.
Permaneço ali,sonolento,por um tempo enorme,não sei precisar o quanto.
De olhos vendados,sinto a presença de alguém.
”Está gostando da festa?” um riso,maroto,se faz ouvir acompanhando a voz que,agora,reconheço,de imediato.
Ela tira a minha venda.
_”Olá,amiga”, eu respondo,”até agora,está tudo bem,apenas estou com fome e sede.Aliás,muuuuita fome e muuuita sede,para ser sincero”.
_”AMIGA?hahahaha.Você é arrogante,mesmo! AMIGA? Deixe de atrevimento. Desde quando você ouviu falar que sou sua amiga?Um reles escravo querendo bancar o tal,aqui dentro?” retornou zangada.
_”ESCRAVO?euuuuuuuuuuuuuuuuuuuu?Você está sonhando,menina! respondo amuado.
_”Estou vendo logo que você não quer participar da festa.” Ela anda vagarosa e calculadamente p´ra lá e p´ra cá.
Olho para ela sem entender nada.
_”Que festa?Aonde?”
_”Ué,não viu toda aquela gente feliz lá fora?”
_”Claro que vi.A SUA noção de festa não é a mesma que a minha.Estou com fome,sedento e cansado.Que raios de festa é essa em que estou trancado numa cela sem comida,bebida e sozinho?”
_”Só depende de você.Comer,beber e se divertir.Aliás,segundo eu soube,você já se divertiu muito,aqui dentro.Não pode reclamar.”
_”Ahhhhhhhhh.Já haviam contado para ela o que havia acontecido” penso.
_”Depende de mim?Até agora não tive oportunidade de escolher coisa alguma. Fantasia,local,aliás,nem sei onde estou.Fui seqüestrado e nem imagino o que me espera depois disso.”
Uma gargalhada estrondosa invade a cela.Ela ri sem parar e quase sem fôlego.
_”Se-ques-tra-do?”ela continua rindo.
_”Trouxemos você para se divertir.Raptá-lo fazia parte da minha fantasia e consegui amigos que o fizessem,para mim.Só isso”
_”Será que você parou para pensar se EU queria isso?
_”Está falando muito.Vem cá” me solta da mesa onde eu estava e me puxa para bem perto dela.Nossos corpos se espremem um contra o outro.O perfume dela me preenche as narinas,suas curvas preenchem meu corpo e meu sexo se mobiliza.
_”Bem que me disseram que você é bem potente.Estou sentindo”um riso rouco nos meus ouvidos.Nos beijamos, selvagemente.Minhas mãos procuram seu corpo, às apalpadelas.Agarro a bunda carnuda e os seios fartos.
Minha língua caminha por seu pescoço e ombros.Ela geme.Sua língua invade a minha boca e eu a prendo,vigorosamente.Ela sacode a cabeça e se solta.Morde meus mamilos e eu uivo.Chupo seus peitos e me perco,em abundância.Neste meio tempo nos encaminhamos para a cama alta e eu a suspendo para encaixá-la no meu pau.Surgindo,debaixo da mesa,Aldréa me agarra e coloca o preservativo. Eu me assusto com aquela,inesperada,presença mas,logo me sinto envolvido pelos braços,pernas e boca de Sarita.Eu a penetro e a tomo com força.Sinto sua xana pulsante,quente e gulosa.
_”Mete,mete,garanhão.Meu puto gostoso.”
Aí vem o inesperado.Ela estala uma bofetada na minha cara.E outra,e mais outra.Apesar do susto,ao invés de murchar,meu pau se torna cada vez mais duro e esfomeado.Mais bofetadas.Mais tesão.Mais prazer.Nosso clímax chega junto.
Ela uiva.Eu estou exausto.
Ela se recompõe e diz.
_”Ernst virá busca-lo e leva-lo para o bufê.Poderá comer e beber à vontade.”
Sai, em seguida.
O jovem louro, que estava aos pés dela, no trono, entra e me conduz de volta ao salão de iguarias.
Como e bebo à vontade.Até pareço um famélico que jamais viu comida na vida,tal a fúria com que ataco os bocados oferecidos.
Decido esticar-me num amplo sofá encravado na rocha.Um agradável torpor toma conta de mim.Um rápido cochilo ao som de uivos e gritos vindos do salão ao lado.Luto contra a preguiça que invade meu corpo.Sinto uma remota curiosidade de saber o que acontece lá.

(continua)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

CONFECÇÃO DE ACESSÓRIO: ARGOLAS PARA PORTA


Material necessário:

- 2 pedaços roliços de madeira(podem ser cortados de um cabo de vassoura) de 20 cm cada.
- 2 tiras com 3 cm de largura (pode ser pedaço de cinto,alça de isopor,ou similar) e 25 cm de comprimento

- 2 argolas de metal (5 cm de diâmetro.As minhas mandei fazer num serralheiro com a medida de um fundo de garrafa)

- tinta da cor que desejar

Como fazer:

Pinte os tocos de madeira.Deixe secar.
Costure as tiras em torno dos tocos,formando um anel.
Costure a outra ponta das tiras,nas argolas,tb,formando um anel.
Coloque na porta,fechada,deixando os tocos do lado de fora.
Prenda as algemas,nas argolas.
Obs.: Para os pés,as tiras devem ser um pouco mais longas.



(Castelã_SM)

domingo, 11 de novembro de 2007

A RIQUEZA NAS DIFERENÇAS


As grandes empresas,fabricantes de armas,a cada dia mais ricas,calcam seu sucesso e crescimento no estímulo à irracional intolerância pelas diferenças. Esta intolerância faz com que proliferem guerras nos mais remotos rincões desta terra.
Tem-se a impressão que dever-se-ia criar e “vestir” um uniforme para o mundo.
Cadê a síntese de cada um?
Cadê a experiência vivenciada em cada história individual e tão rica para trocas?
Cadê a propalada e utópica “liberdade” a que todos clamam para si e que não respeitam NOS OUTROS?
A comunidade BDSMista brasileira está engatinhando,em sua expansão,e iniciativas regionais se multiplicam e merecem aplausos.
Por mais diferenças que possam haver na prática,na abordagem,no tesão por esta ou aquela técnica, ou nesta ou naquela forma de realização,é vital que a unidade perdure para que não se abram brechas que fragilizem o todo.
Cada um praticante é digno de admiração pela liberdade conquistada,pela dignidade usufruída em sua escolha,pela coragem de se assumir em uma realização fora de padrões considerados “normais”.
Se cada um trilhou caminhos próprios e diversos,será ótimo na medida que isto sirva para uma troca de experiências.
Há quem seja mais experiente,são mais “rodados”, e há quem esteja enveredando,por esta trilha,em tempo mais recente.Todos estarão aptos para cambiar informações e serão dignos de respeito por isso.
Não cabem intolerâncias injustificáveis...
Não cabem “egos inflados”...Não cabe a “última palavra”... As diferenças devem servir,apenas e sempre,para somar.

(Castelã_SM)


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

VISITANTE ILUSTRE

OS TEUS PÉS

Quando não posso contemplar teu rosto,


contemplo os teus pés.




Teus pés de osso arqueado,


teus pequenos pés duros.




Eu sei que te sustentam


e que teu doce peso


sobre eles se ergue.


Tua cintura e teus seios,


a duplicada púrpurados teus mamilos,


a caixa dos teus olhos


que há pouco levantaram vôo,


a larga boca de fruta,


tua rubra cabeleira,


pequena torre minha.




Mas se amo os teus pés


é só porque andaram


sobre a terra e sobre


o vento e sobre a água,


até me encontrarem.




(Pablo Neruda)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

"A SAGA DE UM ESCRAVO":CAPÍTULO 13


Dezenas de pessoas conversam,animadamente vestidas de couro ou preto,outras poucas em vermelho ou roxo.Alguns homens estão vestidos como eu,sem a canga.Há uma mesa,muito grande, sobre a qual estão espalhados pratos com variadas iguarias, e cercada por um burburinho animado de outros tantos convidados. Numa reentrância da rocha, há um bar,para onde todos se dirigem. .
Tochas, presas às paredes,espalham uma claridade bruxuleante,formando sombras grotescas,com os reflexos luminosos.
Os incenseiros acesos deixam,no ambiente,um aroma afrodisíaco.
Uma amena música embala a todos.
Senti-me acalmar.Nada,no que observo,me parece ameaçador.
De repente,me lembrei da festa em Belfast e as semelhanças com esta.
A única diferença é a ausência dos acessórios para suplício.Não os vejo por ali.
Assim que cheguei,fui levado para uma gaiola e suspenso,por um gancho,no teto.Outras gaiolas já estão penduradas.São cinco,no total.Nelas há homens e mulheres.Desta visão privilegiada,posso acompanhar todos os movimentos dos presentes.Não me permitiram comer ou beber nada.Estou faminto e com sede.Volta e meia,alguma mulher ou homem observa,com atenção,os engaiolados.Fazem comentários entre si.Alguns chegam,mesmo,a rir, sarcasticamente.Minha vontade é gritar,mas permaneço ali,à espera,entre curioso e apreensivo.
Almathéa e Ésper perderam-se na multidão,não consigo vê-las.
Alguns pares se tocam,voluptuosamente,nas ancas,nos genitais.Beijam-se sofregamente.Reparo,então,forrações aveludadas em algumas reentrâncias,por onde eles se esgueiram e se acomodam.O clima é de excitação e tesão.
Os convidados se mostram mais animados e buliçosos.Há uma espécie de frisson contagiando a todos.Uma das paredes parece se deslocar, lentamente.Na realidade, ela é uma rocha móvel que vai descobrindo uma passagem para um salão um pouco menor do que este em que estamos.
Também,iluminado por tochas,exalando o mesmo aroma,traz em sua paredes e, espalhados por todo o espaço,alguns daqueles acessórios que eu conhecera festa em Belfast.Há,ainda,outros,diferentes,e para os quais eu não consigo atribuir alguma utilidade.
As gaiolas descem e,como num cortejo,somos levados à este novo salão.
Só então,percebo,ao fundo,um trono.Enorme,bastante alto,elevado do piso,em veludo vermelho e metal dourado.
Sentada nele,emperdigada,a minha velha conhecida da praia.A Rainha Sarita,inteiramente de preto,traz vestida uma lingerie transparente e botas até as coxas.Uma espécie de capa de seda,cobre o corpo até os pés.Cordões de pérolas se enroscam em seus cabelos.Bastante maquiada,tem um aspecto imponente.
Ao lado dela,ajoelhado,está um jovem loiro,sarado,parece muito alto,vestido da mesma forma que eu.
A um gesto dela,ele se levanta e se dirige a nós,que somos levados a nos ajoelhar perante ela.
Meus olhos devem dizer da raiva que estou sentindo por tamanha humilhação. Recuso-me a ajoelhar.
_“Nem de brincadeira,nem em festa nenhuma,ela conseguirá que eu me ajoelhe” penso eu.
_”Levem-no” é a ordem dela.
Duas mulheres,vestidas com uma espécie de lençol preto,me levam e me trancam numa cela.
Estou revoltado,com fome e sede.Tento tirar a tal canga e só consigo arranhar meu pescoço e pulsos.
Mal tenho tempo de pensar direito em como fazer para sumir dali,quando entram três mulheres.Uma delas é jovem,muito gorda,cabelos e olhos bem claros.Traz vestida uma túnica vermelha e sandálias douradas.Muitos enfeites (acho exagerada)e maquiagem.Uma outra,também loura,porém bem alta e magra,veste uma túnica roxa transparente,sem calcinha,depilada.Traz cordões prateados nos cabelos,pescoço e braços.Calça sandálias prateadas de saltos altíssimos.A última é morena,bem pequena,cabelos pretos soltos abaixo dos ombros,veste um macacão preto bem colante e botas também pretas.Nenhum enfeite ou jóia,somente uma forte maquiagem.
_”Creio que precisamos amansar o menino”,diz esta última,rindo para as companheiras.
_”Um garanhão a ser domado”completa,em risos,a gorducha.
Eu havia me agachado,na defensiva,embora soubesse que estava em absoluta desvantagem,ali.
A loura alta,não diz nada,me puxa com firmeza,tira a canga e prende algemas em meus pulsos.Em seguida,manda que eu me deite numa cama alta que há ali.
_”Venha aqui,Aldréa!” chama.
Uma mulher,que estava escondida,pela penumbra,se aproxima,de olhos baixos.Está completamente nua.É muito branca e tem cabelos ruivos bem longos.
_”Faça esse moço se animar”foi a ordem.
Aldréa pega o meu pau e massageia num movimento masturbatório.
Um calor invade meu corpo e comichão se espalha pela minha virilha.Num ímpeto, ela põe meu pau na boca e inicia um sexo oral inebriante.Juntando mãos e boca ela é perita no assunto.Volteia minhas bolas,suga e lambe a cabeça,alternadamente.Esqueço da presença das outras mulheres.
Estou viajando no tesão quando ela é arrancada dali.
_”Chega Aldréa! a Senhora Kenya irá usá-lo agora.”A loura alta cobre meu lambuzado pau com um preservativo,sobe na mesa, monta nele,passa a cavalgar,vigorosamente.Ela se contorce e se realiza.Eu imaginando quando eu iria gozar.Ela sai,sem antes me dar uns tabefes na cara.
_”Vá Aldréa,prepare o moço para a Rainha Dafne!”.
Aldréa tirou o preservativo e colocou meu pau durinho de novo.
Como antes,sem que eu tivesse gozado,a morena pequenina sobe na mesa e monta meu pau.Num frenético vai e vem,ela grita no espasmo do orgasmo.Ela percebe que vou no embalo dela e me cobre de tabefes na cara,o que faz meu pau murchar,de imediato.
_”Vai usá-lo,Rainha Cérida?” pergunta a Senhora Kenya para a gordinha.
_”Sim,claro querida!” e ela se aproxima de mim soltando meus braços e pernas.
_”Deita aí” ela me direciona para um pequeno móvel que se parece com uma comprida mesa de centro de sala de estar.Possui argolas nas extremidades. Deito e ela prende meus braços e pernas,naquelas argolas,e tira a minha mordaça.
Sem calcinha,ela senta na minha cara e começa a se esfregar na minha boca.
_”Chupa!” é a ordem.
Somos,antes de qualquer coisa,animais.Nada melhor, para excitar um macho, do que o cheiro de uma fêmea.O aroma da xana,o perfume da pele me animaram o suficiente para cumprir aquela ordem da forma mais satisfatória possível,apesar das circunstâncias.Num espasmo,ela se contorce em gozo. Chupo e engulo todo o sumo de prazer que ela me oferece.
“Esta parte,da festa,até que está ficando boa” eu penso.
As três saem e me deixam atado àquela mesinha,não sem antes comentar com Aldréa:_”Cuida do moço,Aldréa.Faz a festa dele! hahahahaha” e,esvoaçantes, se retiram,risonhas.
Aldréa cobre meus olhos,com uma venda,senta-se no chão,pega meu pau e inicia um delicioso sexo oral.Técnica perfeita,leveza e força se alternando corretamente.Depois de tantas investidas anteriores,agora eu sou livre para sentir aquele prazer.Deixo rolar a agradável sensação daquelas mãos,daquela boca,daquela língua.
(continua)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O LEGADO DE SADE


Poucos personagens terão sido, ao longo de toda a história da literatura, tão unânimemente repudiados como Sade. Esta repúdia, claro está, encontra a sua razão de ser no conteúdo da grande maioria dos seus livros, livros estes que nada mais parecem ser do que tratados sobre práticas sexuais, no mínimo, aberrantes.Pondo de lado as considerações sobre o cariz bizarro da sexualidade de Sade, cariz esse que percorre as suas obras, será importante pensarmos na produção literária do Marquês como um exemplo incontornável de um espírito de revolta.Neste sentido, bem sabemos que a história da humanidade é feita de rupturas mais ou menos violentas com a ordem moral vigente. Assim sendo, parece-me ser um erro atroz reduzir Sade a um mero escritor de livros pornográficos de muito mau gosto. O gosto, ou a falta dele, é uma questão que compete apenas ao escritor e, claro está, ao leitor.
Agora, enclausurar a vida de Sade, conceptualizá-la dessa forma tão redutora, é uma estranha forma de analfabetismo histórico. Sade não é um homem deste início de Sec. XXI. Sade foi um homem que viveu no século XVIII, numa França que por várias vezes, devido aos seus livros (e também devido a algumas das suas práticas sexuais) o condenou à prisão e, também, à morte. Aliás, apenas por ter "conhecimentos" escapou a esta sentença. A pergunta impõe-se, então: Sade foi condenado à morte porquê? Por causa daquilo que escrevia. E é aqui Sade se distingue daquilo que poderia ter sido um mero pornógrafo do Séc. XVIII. Ele correu esse risco e nunca deixou de escrever, nem nunca suavizou os relatos sexuais das suas obras. A França da Tomada da Bastilha, assim como a França precedente e a que àquela se sucedeu, tudo fizeram para calar a voz de um homem que reclamava um direito que, a todos nós, hoje, parece elementar: liberdade de expressão.Sade foi um incorrígivel espírito revoltado contra o seu tempo, um tempo que o quis calar. Por isso mesmo, e por nada mais, Sade faz, mais de duzentos anos depois, parte da história da literatura. Pela ruptura que impôs e, principalmente, por nunca ter cedido em algo em que acreditava profundamente: a sua liberdade criativa.Sade não passou à história por causa da pornografia e do sadismo em si próprios. Qualquer estudante de História sabe que textos e gravuras pornográficas existiam antes de Sade. Sade chocou o seu mundo por causa disso? Ainda hoje, pelos vistos, choca o nosso. Mas o que lhe garantiu um lugar na história foi a sua crença de que, acima de todas as concepções morais, se encontrava a sua liberdade criadora.Não criava nada que valesse a pena ser lido? Discordo, porque há que saber enquadrar as épocas em que as coisas foram escritas. No entanto, hoje isto é consensual, mal estará a arte quando tiver que se subjugar a princípios morais. No tempo de Sade era assim. Hoje, por vezes, ainda o é. Sade não seguiu essa regra e foi livre na sua expressão artistíca. Foi esse, em última análise, o mais importante legado que a obra de Donatien Alphonse François de Sade nos deixou.

(Ricardo Simães)